Apesar de também ter sido impactado pela pandemia, a demanda por escritórios compartilhados – em inglês, Coworkings – que teve o seu auge no Brasil principalmente a partir de 2017, voltou a crescer, superando as dúvidas sobre o fôlego do segmento depois de 2 anos de trabalho remoto em meio a pandemia de Covid-19.
Com o esvaziamento dos escritórios da noite para o dia, alguns coworkings precisaram reduzir seus espaços nos primeiros meses da quarentena.
Um estudo realizado pela área de Pesquisa e Inteligência de mercado da Newmark Brasil, mostra que o corte chegou, na média, a 16% dos espaços no caso de coworkings que precisaram fechar áreas de escritórios. O faturamento no período caiu 75% em média.
A boa notícia é que com o avanço da vacinação neste início de ano, boa parte dos espaços que foram reduzidos já foram retomados, e a perspectiva é de mais crescimento. O principal driver para essa recuperação vem das empresas que estão retomando o trabalho presencial, mas buscam modelos mais flexíveis para seus funcionários.
De acordo com o órgão que acompanha o setor, Coworking Brasil, os escritórios compartilhados somaram mais de 1,6 mil unidades no país em 2021 e a maior concentração é no Estado de São Paulo.
Na cidade de São Paulo, capital do estado e maior mercado de edifícios comerciais do país, a ocupação das 12 maiores empresas de coworkings instaladas no país soma cerca de 250 mil m2 (representa menos de 2% do estoque total de edifícios corporativos da cidade). A região da Paulista se destaca não só pela maior área como também a maior variedade de coworkings, mas o mercado ainda está concentrado em apenas duas companhias, sendo que a maior delas, representa 56% da área ocupada e a 2ª, apenas 13%.
A taxa de vacância na Paulista é 12,7%, abaixo da média para a cidade, e a 4ª mais valorizada em termos de preço pedido médio de locação.
Se antes da pandemia os espaços de coworking eram em geral utilizados por empresas de menor porte e profissionais liberais, a mudança para um modelo de trabalho mais flexível tem alterado o perfil dos interessados em usar escritórios compartilhados, que passam a ser procurados pelas grandes corporações.
Para empresas que reduziram substancialmente o quadro de funcionários em trabalho presencial, pode ser vantajoso associar-se a um coworking que ofereça espaços de qualidade em diversas partes da cidade, país e até do mundo (anywhere office).
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O caminho do compartilhamento de espaços, com menos custos fixos e a flexibilidade de não precisar estar fisicamente todos os dias no local de trabalho está em ascensão e tem sido uma alternativa atrativa no modelo de híbrido atualmente adotado por grande parte das empresas.
Explica Mariana Hanania, Diretora de Pesquisa e Inteligência de Mercado da Newmark Brasil.