Por Marcos Degolação, Diretor Executivo de Gerenciamento de Propriedades, Facilities e Projetos da Newmark Brasil
Como a crise sanitária afetou a gestão de propriedades?
MD – Em função do homeoffice estabelecido à praticamente a totalidade dos usuários de edifícios corporativos, houve uma redução expressiva na circulação de pessoas. Com isso foi necessário revisar os procedimentos oferecidos aos ocupantes para além de minimizar o risco dos usuários, a permitir uma redução nas despesas ordinárias. Em função do complicado cenário econômico vivido à partir da crise sanitária, houve uma pressão por redução de custos e foi necessário renegociar vários contratos de serviço.
Do ponto de vista da gestão operacional da propriedade, passamos a ter um cuidado especial com a higienização nas áreas comuns tais como hall da portaria, elevadores, catracas de acesso, corrimão das escadas tornaram-se pontos mais sensíveis a possíveis transmissões. Também houve mudança em relação aos processos de Comunicação e Notificação para os usuários. Foi necessário desenvolver uma comunicação visual específica para a utilização das áreas comuns, aquisição de álcool em gel para locais de grande circulação e demais itens presentes nos protocolos indicados pelos órgãos governamentais.
Que outros tipos de desafios foram enfrentados no ano passado?
MD – Além dos desafios financeiros e operacionais já citados, também foi preciso atuar junto aos locatários para ajudá-los em relação a adaptação dos processos internos e na aplicação das novas políticas da propriedade. Neste sentido, aumentou nosso contato e participação junto aos ocupantes e suas necessidades específicas.
Outro desafio foi de ordem humanitária. Como conciliar redução dos custos de serviço e ao mesmo tempo não dispensar funcionários que já estavam integrados às rotinas operacionais. Os decretos governamentais flexibilizaram algumas regras trabalhistas, mas não foram suficientes e cada propriedade precisou atuar no sentido de ter o menor impacto possível no desligamento de funcionários, até por conta da responsabilidade social.
Que lições foram aprendidas ao longo deste período? E quais delas vieram para ficar?
MD – O aprendizado que fica é que os desafios impostos valorizam as conquistas das equipes profissionais e evidenciam o nosso comprometimento com o atendimento. De forma geral, as adversidades nos retiram da zona de conforto e nos obrigam a buscar novas soluções e novas formas de equilíbrio na prestação dos serviços prediais.